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Conheça os jogos da PlayStation Plus de Fevereiro

por Hugo Bastos
Conheça os jogos da PlayStation Plus de Fevereiro

Há uma antiga superstição que diz que a maneira como o indivíduo começa o ano ditará como será o resto dele. Dessa forma, as pessoas tendem a balizar suas decisões iniciais visando uma continuidade ao longo dos doze meses seguintes. Mas, ao contrário do que se esperava, a lineup de jogos da PlayStation Plus de Fevereiro veio mostrar que superstições, às vezes, são apenas isso.

Dessa forma, surpresas agradáveis esperam pelos jogadores na próxima terça, quando os jogos estarão disponíveis para serem baixados. E como de praxe, o Meu PS4 preparou uma mini-análise de cada um dos jogos que serão oferecidos aos jogadores. Que, aliás, foram um tanto mais condescendentes este mês nas críticas aos jogos.

Sem mais delongas, então… Que os conheçamos.

LITTLEBIGPLANET 3 (PS4)

Jogue. Crie. Compartilhe. Este tem sido o lema da saga LittleBigPlanet, que com este, conta com três jogos principais, em um total de oito jogos. E ressalvadas raras exceções, todos os jogos sempre foram especialmente bem recebidos pela crítica. O que prova que a fórmula de sucesso da franquia não envelhece com o tempo.

Em sua essência, trata-se de um jogo de plataforma com quebra-cabeças, com elementos de jogos estilo sandbox. O jogador deve navegar por mundos vibrantes, com um determinado personagem, utilizando movimentos específicos, para derrotar inimigos e coletar itens como stickers, objetos, materiais e utensílios.

No entanto, o cerne de LittleBigPlanet, assim como seus antecessores, está na criação de níveis. Há uma ênfase pesada nesse aspecto do game. Tanto que os itens desbloqueados nas fases servem justamente a este propósito. Com isso, os jogadores criam basicamente jogos inteiros, com fases completas, e os compartilham em uma comunidade sempre ativa.

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Para completar, o jogo é ainda totalmente localizado no nosso idioma!

E não é apenas isso. LittleBigPlanet 3 também utiliza de todo conteúdo já adquirido em jogos anteriores, e ainda adiciona a capacidade de criação de níveis com incríveis 16 camadas (ao contrário dos jogos anteriores, onde era possível utilizar somente três). Uma pena a versão do PS4 ter alguns bugs que travam completamente o jogo.

Veredito: Com a possibilidade de jogar cooperativamente, e um mundo inteiro a descobrir, LittleBigPlanet 3 se torna um jogo extremamente atraente para a família toda.

NOT A HERO (PS4)

Já assistiu aquele filme sobre viagens temporais que o deixou completamente sem entender o que aconteceu? Este é, mais ou menos, o enredo de Not a Hero. Jogo desenvolvido pela Roll7 (dos OlliOlli 1 e 2), é uma mistura de intrigas políticas e violência desmedida. Ou onde Hotline Miami encontra BroForce.

Um assassino profissional que se torna marqueteiro de campanha de Bunny Lord, um candidato a prefeito enigmático que veio do futuro. Sua plataforma é construída sob a premissa básica de erradicar o crime na cidade e, dessa forma, persuadir cidadãos ainda indecisos a votar pela causa. Nem que tenha que introduzir uma arma na garganta de tais “indecisões”.

Com um total de 11 personagens, cada qual com suas habilidades específicas, Not a Hero é um show de violência. E como tal, pode afastar alguns jogadores. Mas aqueles que se aventurarem encontrarão um jogo com sólida jogabilidade, gráficos 8 bits bem trabalhados, que invocam uma sensação retrô fantástica, e um trabalho sonoro agradável.

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O jogo conta ainda com referências interessantes a outros jogos.

Apesar de não parecer, o sistema de cobertura adiciona estratégia e torna os tiroteios ainda mais emocionantes. Não fosse pelo fato de haver alguns bugs irritantes, e não haver um (merecido) troféu de platina, este seria um forte candidato a ser imediatamente jogado. Uma sinfonia afinadíssima de violência gratuita e pixelada.

Veredito: Se BroForce e Hotline Miami agradaram, certamente este também agradará. Do contrário, pode ser que os jogadores simplesmente o ignorem. Ótima pedida, de qualquer forma.

STARWHAL (PS4/PS3)

À primeira vista, a reação normal de muitos jogadores a este jogo seria algo como… “Hein?”. Uma proposta bastante “diferenciada”. Um jogo com uma proposta, no mínimo, absurda. Onde os personagens são baleias narvais, que duelam entre si em arenas espaciais, para ver quem se sai melhor. Com o objetivo básico de acertar o coração do adversário. E não, você não leu errado.

De forma curta e direta, o jogo foi feito para ser jogado competitivamente. Apesar de existir alguns desafios solo, estes consistem basicamente em desviar de obstáculos para chegar ao destino. E apesar de serem necessários para alguns troféus, sua diversão dura pouco. É no multiplayer que reside o verdadeiro coração do jogo.

Existe uma grande variedade de roupagens, arenas e modos a serem experimentados. E cada um traz uma adição que faz com que as partidas sejam o caos puro. O jogo é bastante colorido e extremamente divertido de se jogar. E difícil. Assim como é difícil defender, é difícil atacar.

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Algumas arenas possuem blocos que empurram os narvais de volta, adicionando um pouco mais de emoção às partidas.

E uma curiosidade: O narval é uma baleia dentada de tamanho médio e o animal com os maiores caninos. Os machos narval são distinguidos por uma longa, e reta, presa  helicoidal que, na verdade, um canino superior esquerdo alongado. E alguns especialistas afirmam que deles vem as lendas dos unicórnios.

Veredito: Não há muito valor em se comprar Starwhal se não há com quem se jogar. No entanto, se este não é o caso, o jogo proporciona horas de diversão insana com algo que faz falta nos dias de hoje: o multiplayer de sofá.

ANNA – EXTENDED EDITION (PS3)

Existem jogos que trazem uma proposta inegavelmente promissora. Aquele tipo de premissa que faz com que os jogadores criem uma hype enorme. Poucos, no entanto, conseguem manter esse mesmo ritmo, e entregar aquilo que prometeram (vide certas ocorrências recentes). Anna, infelizmente, não se encaixa dentro destes.

Não existe nada muito explicado em Anna. O jogo fala sobre um homem amnésico, que decide ir a um certo lugar, procurar por respostas sobre memórias desconexas que tem, e procurar por uma mulher chamada Anna, que parece chamar por ele. Um jogo de terror psicológico focado na narrativa, onde o estado mental do personagem determina onde ele pode ir, e decide qual final ele alcançará.

Apesar de prover alguns bons sustos e tensão no início, o jogo rapidamente perde seu sentido quando o principal elemento se esvai. Não é possível morrer ou ser ferido, ou encontrar-se em uma situação irremediável. Ou seja: as aparições, que antes soam ameaçadoras, acabam por não passar de meras irritações ao longo do jogo.

E falando na jogabilidade, esta é falha. Os quebra-cabeças são frustrantes, e arrastam a experiência do jogo para o buraco. E mesmo a questão dos múltiplos finais acaba por não passar de um engodo: tudo o que é necessário é tomar algumas decisões aleatórias, ou usar um guia.

Veredito: Total e completamente dispensável como jogo de horror. Na verdade, como jogo de qualquer gênero.

NINJA SENKI DX (PS4/PSVITA)

Típico jogo “ame-o ou odeie-o”. Ninja Senki DX se inspira fortemente nos clássicos do passado, com gráficos lembrando bastante os grandes sucessos do NES e Master System, e uma jogabilidade que necessita de precisão e meticulosidade dos jogadores, este provavelmente não é um jogo recomendado àqueles que procuram relaxar depois de um longo dia de trabalho estressante.

A história é bastante simples. Como era de se esperar de um jogo do gênero. A princesa Kinuhime foi assassinada por um demônio. E Hayate decide, então, extrair sua vingança, batalhando hordas de ninjas malignos e demônios de outro mundo. Os jogadores perceberão que os controles são bastante precisos. O que acaba sendo algo bem importante neste jogo.

Isso porque o level design das fases é ridiculamente complicado. E, por vezes, o jogador se verá morrendo diversas vezes no mesmo ponto. E assim como o antigo Ninja Gaiden, ser atingido faz com que Hayate seja jogado para trás. O que pode se tornar uma morte instantânea em certos pontos. Apesar disso, a dificuldade escala de forma progressiva.

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O jogo é colorido e sua trilha sonora remete à proposta do jogo. Por isso, alguns jogadores podem não se agradar com o conjunto da obra. Falta originalidade nos inimigos, e os chefes acabam por ser ridiculamente simples de enfrentar. O jogo falha em ser um clássico por si só, mas agrada como uma ode aos grandes jogos do passado.

Veredito: Um jogo que irá agradar, ou não, pelos mesmos motivos. Dessa forma, é recomendado somente se você, jogador, for um fã de jogos antigos e não se importar com a proposta simplista do game.

TORQUEL (PS4/PSVITA)

TorqueL é um daqueles jogos que é indie até os ossos. Feito por uma desenvolvedora ainda desconhecida por muitos, com um visual extremamente simplista e arte praticamente inexistente, e troféus mal traduzidos do japonês, o jogo tenta ser um diferencial em meio a um mar de jogos independentes. E ele quase consegue.

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Não há muito a dizer sobre o jogo. Exceto que ele é bem… simplista…

Como se pode perceber, TorqueL não tem profundidade, ou mesmo é elaborado. O jogador controla um personagem preso em uma caixa, e precisa chegar até o fim dos diversos níveis, intitulados “câmaras”. Para isso, é necessários usar a física do ambiente para resolver os diversos quebra-cabeças necessários.

O problema é que a maior deles é irritante e nada tem de divertido. E isso, somado ao fato de que não há um diferencial, ou mesmo um atrativo, para cativar os jogadores fazem deste um jogo descartável. Algumas decisões de gameplay poderiam ter feito deste um jogo melhor recomendado.

Veredito: Hm. Não. Dispensável, na melhor das hipóteses.

Apesar da inclusão de um jogo Triplo-A na lista deste mês, nota-se (ao menos, na opinião do autor deste artigo) que nem sempre isso quer dizer qualidade. Alguns lineups passados chegam a ser melhores que este, dada a qualidade dos games oferecidos.

Não obstante este fato, ainda há opções para todos. Mas diga, jogador. Quais são as suas expectativas para os jogos vindouros? Pretende investir seu tempo em algum? Compartilhe conosco!

Hugo Bastos
Hugo Bastos
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Jogando agora: Nada no momento.
Hugo Bastos e revisor do Meu PS4, apreciador de uma boa comida, e de platinas difíceis. E viciado em Rogue Legacy, OlliOlli2, Dead Cells, e não dispensa uma boa noite de jogatina.