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Child of Light: Vale a pena?

por Equipe MeuPlayStation
Child of Light: Vale a pena?

Apostando alto em seu viés artístico, Child of Light reluz em um quadro de belas texturas, música e poesia, conduzindo o jogador por um conto de fadas interativo com simples mecânicas que homenageiam os clássicos RPGs japoneses.

Lançado em abril de 2014 para PS3, PS4,  Xbox 360, Xbox One, WiiU e PC, e em julho de 2014 para PS Vita, Child of Light é um dos mais novos títulos a serem trabalhados na UbiArt Framework, novo motor gráfico da Ubisoft, o que lhe permite destacar nos seus tons mais artísticos, pecando, porém, na simplicidade de suas mecânicas se comparados aos grandes RPGs baseados em turnos, gênero em que se enquadra.

ENREDO

Child of Light

Child of Light apresenta-nos a história de Aurora, princesa do reino da Áustria, criada e muito estimada por seu pai, o rei. Logo de início, após a cinemática inicial, narrada em forma de poesia e, para aqueles que têm suas plataformas configuradas em português do Brasil, muito bem localizada em nossa língua oficial, somos rapidamente transportados à um reino de fantasia, habitado pelos mais variados tipos de criaturas mágicas, e de lá a aventura segue, com o jogador na pele de Aurora que, perdida nesse novo mundo, procura por respostas.

O enredo principal, composto dos mais variados clichês dos contos de fadas, a exemplo de madrastas malvadas e personagens que enfrentam os próprios demônios interiores como em O Mágico de Oz, é cativante durante toda a jornada da protagonista, de modo que os toques infantis da trama não cansam o jogador, uma vez que a curta duração da trama permitem que até os mais velhos e barbados jogadores se encantem com a história.

GRÁFICOS

Carregado pela fantasia que é inerentes aos contos de fada e às fábulas, o jogo oferece lindos gráficos levemente tridimensionais impressos em um plano bidimensional (tendo em vista que a movimentação de Aurora nos cenários e em combate é realizada em 2D), cujo aspecto estético remete à uma pintura feita à mão por meio de tinta aquarela, com contrastes claros e vibrantes que fazem de Child of Light um título obrigatório para quem procura esse tipo de inovação artística nos videogames.

Gráficos Child of Light

TRILHA SONORA

A trilha sonora de Child of Light é espetacular. Criada em torno da música tema, as composições da canadense Coeur de Pirate imprimem o ritmo da trama e dos combates com maestria, ascendendo nas batalhas contra os chefes e se desinflando de maneira suave e cativante nos trechos mais emotivos e intimistas. Pouco a se falar, mas muito que se ouvir.

JOGABILIDADE

A jogabilidade, conforme acima pincelado, varia entre os momentos de exploração onde Aurora, acompanhada de seu companheiro vaga-lume Igniculus, deve enfrentar cenários repletos de inimigos, itens colecionáveis e puzzles, utilizando-se de movimentação lateral, side-scrolling, para galgar seus objetivos.

O combate de Child of Light é iniciado ao tocar, no momento da exploração, nos inimigos dispostos no mapa do jogo, ou ao chegar nos momentos da história onde faz-se necessário enfrentar um chefe.

Assim, o jogador é transportado para uma arena onde poderá enfrentar até três inimigos simultaneamente, utilizando-se para o combate Aurora e um dos demais companheiros que se juntam ao grupo no decorrer da história, cada qual com uma especificidade em batalha.

O combate ocorre em turnos, onde cada participante poderá realizar uma ação quando sua barra de ação alcançar o momento do ato, como atacar, defender, lançar feitiços ou utilizar poções. O objetivo é simples: zerar o HP dos adversários antes que eles façam o mesmo com você, e para tanto deve se ficar atento principalmente à barra de ação, pois o jogo permite que, ao atacar o adversário que estiver para agir, você cancele o golpe deste, recuando-o na barra de ação, além das fraquezas elementais de cada inimigo que devem ser exploradas para que se cause mais dano nos ataques.

O jogo também oferece um sistema de Oculi, pedras mágicas que podem ser combinadas e equipadas nos personagens para melhorar certos atributos, como defesa, esquiva, acerto crítico etc, além de acrescentar dano mágico aos golpes físicos desferidos por estes, elemento estratégico essencial para explorar as fraquezas elementais dos inimigos.

A fórmula acima exposta é simples e convidativa a todos, mesmo àqueles menos familiarizados com os RPGs baseados em turno, geralmente complexos em suas propostas. Assim sendo, apesar de tal característica apresentar-se inicialmente como trunfo, a simplicidade do combate pode enfadar rapidamente o jogador, uma vez que tendo este masterizado a mecânica do jogo, encontrará pouca variação e desafio até o fim da aventura.

A repetitividade do combate, porém, caso recaia sobre o jogador, não vai enfadá-lo por muito tempo, uma vez que a história de Child of Light pode ser terminada em aproximadamente 10 horas caso você opte em jogá-lo na dificuldade normal, o que não dificultará em nada os combates, tornando desnecessário que se realize preparações mais pormenorizadas antes de encarar os chefes do jogo.

Combate Child of Light

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Child of Light oferece um respiro infantil e artístico muito bem vindo em meio à tantos títulos adultos e pesados, conseguindo por meio de suas peculiaridades destaque entre a infinidade de shooters e hack’n’slash que a indústria tende a priorizar em produzir, além de prestar singela homenagem aos clássicos RPGs japonês como Final Fantasy e Dragon Quest, homenagem que poderia ser melhor trabalhada para oferecer um combate tático mais complexo e cativante.

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2 - Selo de Ouro

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