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Tales of Berseria: Vale a Pena?

por Rui Celso
Tales of Berseria: Vale a Pena?

Antes de falarmos de Tales of Berseria, vamos conhecer um pouco sobre a saga. A série Tales of teve seu primeiro contato com o mundo em 1995, no SNES. O título era Tales of Phantasia, que vendeu 400 mil unidades. A versão para PS One, lançada 1em 1998, alcançou uma marca maior. Foram 580 mil unidades físicas, segundo o site vgchartz.

A série evoluiu a nível mundial. Mas, sua popularidade sempre foi expressivamente maior no Japão, possibilitando que versões exclusivas fossem lançadas apenas por lá.

O novo Tales of Berseria foi lançado no segundo semestre de 2016 em terras orientais. No início de 2017, foi a vez do ocidente. E ao contrário de Tales of Zestiria, este episódio foi pensado na geração atual.

Agora que introduzimos a você, caro leitor, alguns pequenos pontos, confira nossa análise e veja porque o julgamos digno de ser Recomendado.

Eu irei me vingar

Velvet, uma adolescente de 16 anos, é uma hábil guerreira e faz de tudo por seu irmão mais novo. Por conta de uma doença até então desconhecida, ele sente febre a todo momento, mas isso não o impede de querer ver o mundo. Já Celica, sua irmã mais velha, foi usada em um sacrifício para tentar purificar seu reino dos demônios.

Após alguns acontecimentos, Velvet vê seu mestre, Artur, matar seu irmão para tentar trazer mais uma era de paz à Midgand. Após o ritual, ela se transforma em um demônio do tipo Therion, que se alimenta de tudo que é vivo. No entanto, antes que possa fazer qualquer coisa, ela é jogada na prisão, onde passa cerca de três anos.

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Durante a estadia na prisão, Velvet é alimentada com demônios

Velvet agora não possui emoções ou sensações, e com a ajuda de Seres, ex-Malak (espírito que concede poderes a um exorcista) de Artur, ela escapa da prisão e dá início à busca pelo homem que destruiu sua vida.

Fugindo do clichê dos enredos aos quais os jogadores estão habituados, a Namco resolveu inovar. Agora, você controla uma anti-heroína, que não irá descansar até ter a sua vingança. Independente de quem tenha que matar para alcançar seu objetivo.

Apesar de não ser uma continuação direta de Tales of Zestiria, de alguma forma os jogos estão conectados. Berseria possui muitos elementos vindos diretamente do jogo anterior. É como se tudo ocorresse no passado.

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Bienful é o mascote da série. Não tem como não se divertir com suas cenas

Os personagens são extremamente carismáticos, fazendo com que você entre na pele de cada um deles e consiga sentir suas emoções, algo proposto pelo jogo desde o início. Não são raras as vezes em que você se diverte com as conversas e até mesmo se emociona com a relação entre Velvet e Laphicet.

Presentes do passado

Os jogos da série sempre tiveram muitos puzzles presentes nos calabouços. No entanto, há um tempo essa característica se tornou menos frequente. A mudança não deve ser vista como algo negativo, mas como uma forma de tornar a experiência mais prazerosa, e menos frustrante.

O número de missões é baixo, mas isto é compensado pelas pequenas missões dentro dos campos. A caça aos baús de Katz, e demônios especiais, consomem um tempo considerável. Além disso, os prêmios aparecem em forma de novos trajes e acessórios, que valem o esforço quando se trata de aumentar seu guarda-roupa.

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Estes Katz Spirits são necessários para abrir os baús especiais

Outro jeito de se distrair e ganhar acessórios é usando o recurso de Expedição presente no menu. Com ele, você envia seu navio para os sete mares com a possibilidade de conseguir diversos tesouros e receitas. É por meio deste recurso também que será possível encontrar referências a jogos anteriores.

E por falar em navio, este será o de transporte no reino de Midgand. Diferente de Tales of Vesperia, por exemplo, que você controlava Ba’ul no mapa, aqui você apenas seleciona o continente para o qual quer ir e tudo é feito de forma automática. A navegação pelo atlas é bem simples. É por ele ser extenso, proporciona horas de exploração.

Sangue nas mãos

O sistema de Tales of Berseria evolui de forma intuitiva e rápida. No início, você tem à disposição meia dúzia de golpes e poucos recursos em batalha, como acontece na maioria dos jogos. Porém, é possível se admirar com a qualidade das batalhas, mesmo no começo.

Todo o sistema de habilidades foi modificado para facilitar a vida do jogador. O sistema de aprendizado funciona através de equipamentos, como em Vesperia. Além disso, você pode aprimorá-los para conseguir poderes extras.

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As armas possuem habilidades aleatórias e de aprimoramento, aumentando ainda mais seu poder de ataque

A jogabilidade é muito boa, tanto em campo quanto em combate. No entanto, durante as lutas não é raro ver seus ataques irem a um lugar aleatório que não em direção aos inimigos. Isto porque agora o cursor de travamento serve apenas como um visor para o HP do inimigo, impossibilitando que seus golpes sejam 100% precisos.

Algo que também pode frustrar é a dificuldade em usar as Mystic Arts de nível dois e superiores. Teoricamente, as exigências para desferir estes poderosos golpes são simples. Mas na prática, é preciso ter sorte, não habilidade. A grande necessidade desta precisão pode irritar até mesmo o mais paciente dos jogadores.

O novo sistema de almas faz com que você possa ter combos quase infinitos. No entanto, em dificuldades elevadas, isso se torna um pouco mais frustrante devido a frequência com que os inimigos o atacam e defendem.

O sistema de títulos continua o mesmo de sempre. Cada um deles proporciona diferentes habilidades. Porém, será obrigado a cumprir objetivos fora do comum para conseguir todos. Passar mais de 3.000 minutos dentro do menu, por exemplo, é um deles.

No fim das contas

A série “Tales of” é um JRPG que encontrou seu lar no PlayStation. Era comum a falta de atração pelo título devido a dificuldade de alguns com a língua inglesa, travando a história. Não mais. Este título é totalmente localizado para o nosso país, com menus e legendas em português.

Tales of Berseria consegue prender o jogador de todas as formas. Seja pela história, pelas conversas animadas ou pelos grandes combates. Sempre há algo a surpreender. Além disso, o New Game + aumenta e muito o fator replay.

Infelizmente não é possível fazer captura de telas ou gravar vídeos. Desde Zestiria estes recursos foram retirados. O motivo é desconhecido.

No geral, não é necessário conhecer outros jogos da série para entender a história, pois eles agem de forma independente. Porém, é necessário citar algumas comparações para que se possa medir o nível de aperfeiçoamento. Há tantas referências aqui que fazem você pensar que esta pode ser a versão definitiva de Tales of.

Nota do Autor: caso compre o DLC de dobrar a experiência, e ao finalizar o jogo começar um novo pelo New Game +, você pode sextuplicar o ganho. Isso permite se arriscar no modo Caos, onde os inimigos não param de atacar um único instante.

Rui Celso
Rui Celso
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Jogando agora: Nada no momento.
Ex-redator.