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The Division: hype à parte, beta deixa boa expectativa para o game

por Thiago Barros
The Division: hype à parte, beta deixa boa expectativa para o game

Um dos mais aguardados jogos do ano, The Division ganhou uma versão beta na última sexta-feira (29). E após um fim de semana testando exaustivamente o game, o Meu PS4 preparou uma pequena análise de tudo o que esta edição de testes traz para os jogadores.

As opiniões em toda a Internet são divididas, mas no geral, o shooter/RPG da Ubisoft agrada. Houve, sim, downgrade na parte gráfica, há coisas a melhorar, mas ainda assim é uma bela experiência.

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É importante lembrar o quanto a beta foi aguardada. Muita gente “trapaceou” a PSN, fazendo as pré-vendas do game que não precisam de pagamento na hora para baixá-la, já que comprar o jogo daria direito ao download. A Ubisoft teve até que cancelar este sistema após um número enorme de pessoas baixar o jogo. E, para quem baixou, boa notícia: os testes tiveram seu período prolongado e só vão acabar na próxima terça-feira (2). Mas vamos ao que interessa!

Gráficos

Não há como começar a análise falando de um outro ponto. Sim, houve um downgrade notável dos trailers de The Division para a versão beta. O que todos temiam, de fato, ocorreu: a Ubisoft repetiu o que fez com Watch Dogs. Porém, assim como acontece na saga de Aiden Pierce, isso não quer dizer que o visual do jogo é ruim.

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Obviamente, não apresenta todo o realismo esperado, e talvez esse seja o grande “crime” de The Division: não corresponder à hype apresentada. No entanto, caso o jogo tivesse sido lançado com uma campanha mais low profile, poderia ter seus gráficos até elogiados. Não é uma nota 10, mas, certamente, está longe de ser uma nota 7, por exemplo.

As mudanças climáticas acontecem de uma forma muito interessante, os menus futuristas têm um visual bonito, os elementos disponibilizados na tela ficam bem organizados e não atrapalham em nada a jogabilidade, a personalização dos personagens é bem legal… No geral, seus gráficos são “ok”. Nada de “wow”, mas super aceitáveis e com um nível agradável.

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Para quem já visitou Nova York, onde se passa o jogo, é impossível não reconhecer os bairros e alguns dos locais mais famosos da cidade no game. E olha que nessa versão beta, alguns dos principais pontos da Big Apple sequer foram liberados. Por isso, apesar do downgrade, que foi, sim, uma decepção, o jogo não tem gráficos ruins.

Jogabilidade

“Um headshot não mata”. Essa foi uma das frases que mais lemos nos comentários e análises de The Division por aí. E, infelizmente, é verdade. Um simples tiro na cabeça não é o suficiente para matar um inimigo controlado pela máquina ou outro player. É até compreensível por tornar o game mais difícil, porém é algo que não agrada.

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Tirando este pequeno detalhe, a jogabilidade de The Division é boa. A corrida é bem feita, há um modo de se esquivar dando uma espécie de cambalhota, a movimentação do personagem é bem simples, funcionando em qualquer direção, e o uso de botões para a realização de ações é muito intuitivo e fácil de comandar.

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Faltou, talvez, um botão de pulo, que seria útil em diversas ocasiões. No entanto, isso não tira o brilho do jogo. A troca de armas também é super simples de se fazer, o mapa do jogo é enorme, mas bem sinalizado e simples de navegar, com direito até a alguns pontos com Fast Travel que ajudam bastante.

Loot e Personalização

O sistema de loot de The Division é simples: conforme você mata inimigos, dropa itens. Quanto mais fortes eles forem, melhor é o loot. Estão disponíveis diversas armas e equipamentos, além de modificadores para melhorar o seu arsenal. Cada um com propriedades diferentes que podem não só aumentar seu nível como também os níveis de ataque, defesa e uso de habilidades.

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Além de personalizar o jogador, que pode até ter diversos tipos de roupa, o jogador deve fazer o upgrade de seu “quartel-general”. Lá, há diferentes alas, de Tecnologia, Segurança e Saúde – no beta, só a de Saúde está liberada, e permite apenas dois upgrades. Cada uma tem missões que são específicas e dão créditos para serem usados para melhorarem suas capacidades.

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Dentro deste quartel-general, também há vendedores de armas, equipamentos e modificadores, o sistema de “crafting”, para criação de itens, e um mapa que pode ser atualizado para se ver possíveis novas missões. É um hub muito legal para que o jogador possa controlar tudo o que está se passando no seu game.

Dark Zone

Ah, a Dark Zone… Assim como os gráficos, não é tudo aquilo que se falava, não. É bem legal, especialmente para se jogar com amigos, mas sentimos a falta de mais conteúdo para quem não quer ficar na modalidade PvP, que pode ser bem cruel, especialmente para um grupo com iniciantes e/ou quem entra sozinho na zona contaminada.

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Ela funciona assim: ao entrar, você pode se juntar a outros players ou atacá-los. Caso ataque, virará um “Rogue” por algum tempo. Ou seja, ficará “procurado”, com seu nome vermelho e a localização disponível no mapa. O prêmio pela sua cabeça será grande e todos virão atrás de você. Caso você sobreviva, porém, ganhará um belo loot.

Para quem não quer se envolver nestas brigas com outros players, há alguns MOBs que podem também dar bons loots. Entretanto, são poucos no nosso modo de ver. Talvez, se houvesse um sistema de contratos e algumas sidequests dentro da Dark Zone, ela se tornasse um pouquinho mais atrativa para jogar coop, e não player x player. É uma ideia ótima, mas que precisa evoluir.

Missões

Além da Dark Zone, The Division também tem um modo campanha, em que é possível jogar só ou coop. Na beta, estão disponíveis duas missões apenas. É possível solar ambas, porém com um amigo, claro, tudo fica mais divertido. Além desta timeline principal do game, existem ainda diversas sidequests, de vários tipos.

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É um sistema, novamente, bem parecido com Watch Dogs. Porém, com um mapa que parece ser muito maior, até porque Nova York é imensa. A expectativa é que com toda esta variação, The Division não seja um jogo repetitivo como boa parte dos RPGs – como o próprio Destiny, a qual ele vem sendo bastante comparado.

Conclusão

A hype foi grande e, infelizmente, para quem esperava muito, The Division pode não ter parecido “tudo isso” na beta. Mas isso não quer dizer que seja ruim. Pelo contrário. É um jogo muito bom, e que certamente, com tanto feedback dos jogadores neste período de testes, ainda passará por um polimento antes da versão final. Melhorias pontuais são necessárias, mas a expectativa é de que o grande lançamento da Ubisoft em 2016 seja digno de aplausos quando sair em março.

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Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.