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No Man’s Sky: Diário de uma análise – Parte 3

por Daniel dos Reis
No Man's Sky: Diário de uma análise - Parte 3

O Infinito realmente é um lugar longe.

Após passar por mais de 18 galáxias, um tanto de planetas, “conhecer” aliens e várias espécies, ainda sinto que o final esteja muito além de mim.

“O seu destino está no além”, diz o meu objetivo.

Ficou impotente com a vastidão do universo. Basta que eu abra o Mapa Galáctico para bater aquela bad, mas logo ela se vai.

E a proposta do jogo é mesmo essa. O objetivo não é chegar ao final…ele até supostamente existe, contudo a ideia aqui é a jornada. Explorar e conhecer dezenas de lugares, aprender idiomas e fazer descobertas.

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Se você gosta de começo, meio e fim, este aqui não é um jogo para você. Tenha isso em mente. Isso não quer dizer que ele seja ruim, longe disso. São penas escopos diferentes.

E pra mim que estou vivendo o jogo com intensidade, ele provocou uma montanha russa de sentimentos. Às vezes o acho deveras chato. Quero viajar para outra galáxia e sinto necessidade de um combustível especial para o hiperpropulsor, mas eu não tenho os itens necessários e por coincidência ou azar, eu sempre estou em um planeta que não tem o maldito herídio.

Claro, eu poderia comprá-lo dos mercadores, mas definitivamente não é essa a experiência planejada.

Por outro lado, quando chego em um planeta e vejo coisas bem diferentes, fico muito tempo observando, navegando, escanenando os animais exóticos.

O ponto alto do game é realmente este. Descobrir. Quando você se sente entediado, eis que você desembarca em um louco bem diferente.

E em um destes momentos, desci em um local com valiosíssimos recursos. Fique bem entusiasmado, feliz por ter encontrado ali tudo que precisava.

No Man's Sky

Mas a alegria durou segundos. O sistema logo me avisou que o planeta contava com recursos em extinção e por isso era vigiado.

Ignorei a mensagem. Aqui é explorador armado pô!

Mas realmente o tal lugar era policiado ao extremo. Bastou descer da nave que duas sentinelas, sem nem dizer um “bom dia”, começaram a me atacar.

Que isso pessoal? Só vim fazer amizades! Vamos beber juntos? Que tal um drink de ouro com zinco? Podemos misturar ainda plutônio para dar um gosto.

Ignoraram sabiamente minhas segundas intenções!

Mas eu estava muito bem armado…minha multiferramenta estava com novas tecnologias – granadas, laser e outros adereços. Levou pouco tempo para liquidar os drones.

Levou menos tempo ainda chegar outros 3 sentinelas ainda mais enraivecidas. Dessa vez tive que correr um pouco para recarregar o equipamento.

Deu um pouquinho mais de trabalho mas venci.

Finalmente ia coletar uns recursos e….não é possível! Sentinelas de novo? Me deixem em paz!

Dessa vez vieram com um reforço, um pequeno robô…tive que fugir até a colina mais próxima, quando me deparo com uma sentilena enorme, vinda diretamente do filme Guerra dos Mundos do Steven Spielberg, certeza disso!

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Esse “bicho” dispara um laser avassalador. Fiquei encurralado por tantos defensores. Fui liquidado.

Retornei ao savepoint e a história se repetiu. Massacrado pela eficiência dos guardas.

Este foi o planeta mais desafiador que visitei. Mas também, era o que contava com espécies diferentes, inclusive alguns que voavam, bem legal!

Consegui explorar pouco, muito em virtude da proteção do local.

Fui obrigado a ir para outro menos hostil onde consegui os itens necessários para uma viagem mais longa. No caminho de volta, encontrei no espaço um local muito curioso, onde um alien me ofereceu ajuda. Eu poderia escolher entre três opções, uma delas era a descoberta de um buraco negro, escolhida de imediato.

Buracos Negros servem para acelerar a viagem. Você passa por eles e consegue viajar a muitos anos luz. No total, experimentei 4 deles.

Fui até o local mostrado no mapa e achei amedrontador. Mas a curiosidade foi maior que o medo! Passei pelo local, em viagem de cerca de 3 minutos.

Chegando então em uma nova galáxia onde fui carinhosamente recebido por três naves inimigas que não esperaram nem eu sair do portal.

Mas eu estava com uma nave mais equipada, armado com melhores tiros e o que se sucedeu foram intensas perseguições onde abati os adversários com habilidades jamais vistas.

Mesmo com danos severos, me senti Lucky Skywalker.

Tá certo que minutos depois eu fui dizimado por outro comboio, mas não vem ao caso.

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Neste sistema, o ritmo seguiu da mesma forma. Visitei alguns planetas, conheci alguns animais e novos pontos de interesse.

O que me incomoda neste processo é a repetição. Os planetas são diferentes mas, ao mesmo tempo iguais. Os pontos de interesse são sempre os mesmos. Em cada um deles você pode encontrar esculturas onde aprende dialetos e um comerciante.

A vegetação é diferente, os animais idem, mas é sempre este padrão.

O grande diferencial é a possibilidade encontrar sempre algum ponto misterioso e as criaturas novas. Aquelas enormes que vimos nos trailers. Elas são bem bonitas e valem o sacrifico de ficar indo e vindo.

Retornei mais uma vez ao espaço onde novamente encontrei uma estrutura desconhecida, encontrando o mesmo alien que me oferece a possibilidade descobrir novos buracos negros.

Dessa vez ele, além disso, me entregou uma tecnologia nova, capaz de fazer com que eu respire por mais tempo debaixo d’água. Fique bastante feliz com a novidade, afinal minha experiência aquática tinha sido até então bem rasa…me afoguei na verdade.

Agora vou pode explorar os mares e conhecer as criaturas marinhas com um capacete que mais parece ter sido inventando pela dupla do Daft Punk…é igualzinho!

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Ressalto novamente, esse jogo é muito grande e se renova nestes momentos. Sempre que me vejo no tédio, alguma coisa nova me instiga a continuar.

Isso no entanto, não o exime de alguns pontos: os aliens são repetitivos e a interação com as raças são limitadíssimas  – os planetas, diferentes entre si, são iguais. Muito estranho dizer isso.

No Man’s Sky é um jogo complexo. Uma análise comum, onde no final eu poderia apontar se o jogo vale ou não seu dinheiro talvez não seja o melhor dos caminhos.

Ele claramente é um game de nicho. Se você gosta de exploração e prefere curtir um jogo de forma cadenciada, ele pode ser uma grande opção. Por outro lado, ele não vai atender as suas expectativas se você é daqueles que prefere a estrutura padrão, com enredo e histórias bem narradas.

Neste ponto, não sei mais precisar quantas horas já se passaram de gameplay. Imagino que estou bem longe do tal centro da galáxia. Na verdade, por incrível que possa parecer, o objetivo final se tornou secundário para mim.

E com isso encerro o “Diário de uma análise”. O próximo será a avaliação final, entretanto, eu imagino que após ler tudo isso  (se você fez….amigo, abençoado seja!), você já tenha formado sua própria opinião sobre o game e o que vou dizer na próxima se torna, de certa forma, irrelevante.

Nos vemos no futuro, eu acho.

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