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Erica: vale a pena?

É jogo? É filme? É bom!

por Thiago Barros
Erica: vale a pena?

Se você achava que Detroit: Become Human era um “filme interativo”, tem que rever seus conceitos depois de Erica. Esse, sim, é “um filminho”. Mas sem qualquer tom pejorativo. É uma experiência diferenciada e que impressiona pela imersão e o enredo acima da média.

Se você ainda não conhece Erica, o site oficial da PlayStation tem uma ótima descrição do jogo: um inovador thriller interativo de ação em tempo real onde as tuas decisões moldam a narrativa. Como os jogos da Quantic Dream ou da Supermassive, por exemplo.

Só que muito mais “só filme”, e com um gameplay extremamente mais simples. Tanto que sua melhor jogabilidade é usando um app para celular. Não é para todo mundo. Contudo, é possível que alcance (e agrade) muita gente.

Erica: duas horas de imersão

Anunciado lá em 2017, Erica é um título que ficou “sumido” por um tempo, mas apareceu, de surpresa, na Gamescom 2019. Mais do que isso, foi liberado assim que um novo trailer foi exibido no evento. E com um precinho camarada: R$ 20,99 para o PS4.

O que é justo, afinal, ele não é um jogo daqueles com horas e horas de diversão. Você tem cerca de duas a três horas, caso queira alternar algumas decisões e ver todas as possíveis sequências da história. Um playthrough, porém, deve durar em torno de uma hora e meia. Já há até canais do YouTube com a aventura toda e/ou cenas de todos os seus finais.

Em Erica, você assume o papel de uma menina que tem esse nome. A história começa com ela ainda bem pequena, depois transiciona para uma adolescente em busca da verdade que envolve sua família em um mistério. E nesse “Você Decide” de altíssima qualidade gráfica e jogabilidade até certo ponto inovadora, há muito o que destacar.

Primeiro, as interpretações. O elenco do jogo/filme é muito bom. O destaque, claro, é Holly Earl, a Erica. Mas as meninas da Casa Delfos, o detetive e, principalmente, a misteriosa Mia Greene (Nakeba Buchanan) também brilham nas atuações. E vale ressaltar que o jogo está totalmente localizado para o Brasil. Ou seja, você poderá jogá-lo dublado.

E essas interpretações são fundamentais também para criar o sentimento principal do jogo: você não pode confiar em ninguém. Há varios “twists” que vão colocando pressão em quem está jogando. Especialmente mais para o final da história. Quando você acha que alguém é seu amigo, logo depois passa a desconfiar e tem que decidir o que fazer em segundos.

O mais legal é que o jogo tem um alto nível de replay. São 33 troféus no total. No primeiro playthrough dos testes, conquistamos apenas seis. Há uma variação bacana de opções nas variadas cenas e, consequentemente, diferentes finais para a aventura. São três ao todo, e todo dependerá, ultimamente, das suas reações a duas cenas marcantes no fim.

Essas decisões, de como responder a alguns diálogos, e alguns movimentos de interação com objetos dos cenários, são tudo o que você faz em Erica. Por isso, pode-se dizer que não é um gameplay para todo mundo. Contudo, para quem curte o estilo, chega até a ser impressionante a forma como as cenas “reais” transicionam para o que é jogo de fato.

A história tem misticismo, investigações, família, amigos, sanidade mental… É uma mistura que pode ser complexa, porém tudo se encaixa no final. Especialmente na segunda vez em que você joga e percebe alguns detalhes por causa do que aconteceu na primeira aventura. Isso, claro, gera uma curiosidade para saber quais são os outros destinos de Erica.

Mas só é legal de jogar mesmo com o celular. Você pode baixar o app oficial do jogo e usar seu Android ou iPhone para interagir com a tela. No DualShock, os comandos seriam com o touchpad, que não é nem de longe tão agradável e fácil de controlar quanto o smartphone. Esse é o grande ponto negativo de Erica. Além, claro, da sua curtíssima duração.

Erica: vale a pena?

Então, chegamos à grande questão da análise: vale a pena ou não? A resposta, de certa forma, bem adequada ao jogo. Tudo depende da sua escolha. Da sua personalidade.

  • Gosta de filmes interativos e jogos com mais enredo do que gameplay? Vale!
  • Espera um thriller com muita ação e jogabilidade frenética? Não!

Para o primeiro tipo de público, é recomendado. São só R$ 20 por uma experiência de 1h30 a 3h. É mais ou menos o que você pagaria em um cinema para só ver um filme, sem ter as oportunidades de interação que Erica proporciona. Mais do que justo.

Para o segundo tipo de público, é descartável. Você pode usar esses R$ 20 numa promoção ou juntar para ajudar a adquirir algo que lhe agrade mais. De qualquer forma, se você tiver disposto a dar uma abertura que seja ao estilo, talvez vá curtir.

Veredito

Erica
Erica

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Flavourworks

Jogadores: 1 jogador

Comprar com Desconto
80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Interatividade
  • Imersão
  • Gameplay no celular
  • Múltiplas Possibilidades
Desvantagens
  • Gameplay no DualShock
  • Curta duração
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
Publicações: 3.976
Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.