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Skyrim VR: Vale a Pena?

Mate dragões em realidade virtual.

por Thiago Barros
Skyrim VR: Vale a Pena?

Skyrim dispensa apresentações, certo? GOTY em 2011, considerado um dos melhores RPGs da história e com novidades até hoje. Uma delas é a versão de realidade virtual que chega ao PSVR neste final de ano. Skyrim VR, anunciado na E3 2017, imerge o jogador, mais do que nunca, nos mundos mágicos da série “The Elder Scrolls”.

O jogo é uma das apostas da Bethesda de levar títulos AAA para os óculos virtuais da Sony, que é a maior entusiasta da popularização da realidade virtual nos consoles. E, apesar de problemas técnicos, cumpre bem a proposta. Mostra que é possível criar jogos super bem desenvolvidos para o PlayStation VR.

Mais do que outro sucesso da franquia, Skyrim VR é o segundo maior nome do line-up do PSVR até o momento, depois de Resident Evil 7, da Capcom, lançado no início deste ano e aclamado pela crítica. Agora, fica a expectativa também para DOOM VFR, outro grande título da Bethesda que chegará ao PSVR ainda neste ano.

Nascido do Dragão 

Se, por acaso, você não sabe do que se trata Skyrim, tudo bem. Ele é o quinto capítulo da série The Elder Scrolls, de RPG em mundo aberto, com muitas magias, batalhas épicas e exploração. Nele, o jogador inicia a aventura como um prisioneiro desconhecido, que na verdade é o último Dragonborn (Nascido do Dragão), que deve  afastar uma grande ameaça à região de Skyrim.

A história se passa 200 anos após os eventos do jogo anterior da saga, Oblivion, e o cenário é de uma Guerra Civil. Após o assassinato do Rei, o povo se divide entre quem deseja se desprender do Império Mede e quem mantém sua lealdade ao Imperador. Gera-se um conflito entre o grupo de separatistas, Stormcloacks, e a Legião Imperial.

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Enfrentar os inimigos em RV é bem interessante.

Em meio a isso tudo, o dragão Alduin surge como o principal antagonista do jogo. Ele é chamado de o “Comedor de Mundos”, e segundo uma antiga profecia, pode vir para solucionar o problema: simplesmente matar a todos e criar, então, um novo mundo. A não ser que o Último Dragonborn, ou Dovahkiin, o derrote.

Para isso, ele tem a sua disposição uma série de recursos, magias e armas. E vai precisar viajar bastante pela região. Explorando locais inóspitos, descobrindo segredos, cumprindo objetivos e, claro, evoluindo as suas habilidades e se aperfeiçoando no combate. É um jogo bastante longo, recheado de possibilidades.

E explorá-las na realidade virtual parece ainda mais divertido do que no game “tradicional”. De fato, é. Mas tem alguns percalços no caminho, como quase todos os jogos compatíveis com o PlayStation VR que foram lançados até hoje. O principal deles é a movimentação, especialmente quando se joga com controles PS Move.

Imersão?

Já que citamos Resident Evil 7, vale a ressalva: ele não tinha suporte para o Move. Certamente, por conta da falta de botões de locomoção no mesmo. Skyrim VR permite que o jogador utilize o controle de movimento, justamente para que ele possa “sentir” como é usar uma arma ou magia em Skyrim. Só que o preço que se paga é uma limitação na locomoção.

Quem joga com o PS Move não consegue se movimentar livremente. Ele só funciona em jogos onde o personagem anda apenas “para onde o game quer”, como Until Dawn: Rush of Blood ou Archangel. Em Skyrim VR, há até uma evolução disso. Você tem certa liberdade para se mover. Porém, somente com “teletransportes”.

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Ou seja, você direciona o Move e aperta um botão para onde quiser ir. Aos poucos, você poderá até se acostumar nos momentos em que só estiver explorando um mundo, ou em um combate à longa distância. Mas quando a batalha vem para o corpo a corpo, fica muito complicado. E, claro, perde-se muito da imersão quando você não pode, de fato, se movimentar como deseja.

Outro ponto que diminui a imersão é que, quando você não está equipando nada nas mãos, elas “somem” e você vê versões digitais do PS Move voando na tela. Provavelmente, para ajudar os usuários a verem os botões corretamente e apertarem certinho para abrirem os menus, de onde acessam os mapas e o inventário, mas não deixa de “quebrar o clima”.

Quando você utiliza o DualShock 4, alguns destes problemas acabam. A movimentação fica, de fato, livre. É possível usar o analógico da esquerda para andar com o personagem, o que torna a experiência de locomoção bem melhor. Mas não é perfeita, especialmente quando o jogador está em um cavalo ou usando um item na mão esquerda.

Imersão!

Portanto, sim, há problemas técnicos que fazem com que a jogabilidade e a imersão de Skyrim VR não sejam perfeitas. Entretanto, ele também tem seus grandes momentos, que fazem com que o jogador se sinta, de fato, neste mundo mágico. A começar pelo arco-e-flecha. Se usar as espadas e armas do tipo parece só um hack and slash simples, com ele não.

Usando o PS Move, então, é divertido demais usar o arco-e-flecha, porque você precisa pegar a flecha, encaixar no arco, puxar a corda e soltar. É como se você estivesse atirando mesmo. Com a precisão que a sua visão indicar. O resultado é impressionante e, sem dúvida, é o fator que dá mais graça ao jogo com este tipo de controle.

Além disso, o mundo de Skyrim é gigantesco, e você tem diversas variações climáticas, animais, outros personagens para interagir e tarefas a fazer. Quando o jogador percebe, já está há muito bom tempo “preso” ali. Imersão é justamente isso. Criar a sensação de que você é parte daquele ambiente. E isso Skyrim VR faz bem.

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O uso do arco e flecha está ótimo.

Sem contar que você cria o personagem como quiser, em termos de raça e físico, e ainda poderá evoluir as habilidades que mais fizerem jus ao seu estilo de jogo. São inúmeras possibilidades de melhorias. Afinal, mesmo na realidade virtual, ele ainda é um RPG. Você terá que procurar loot e subir de nível para ficar cada vez mais forte antes de terminar a história.

Os gráficos não são lá essas coisas. Afinal, trata-se de um jogo de 2011 que foi portado para o PSVR. Mesmo assim, há momentos bem bacanas, especialmente de visualizar as paisagens. Sem falar na incrível capacidade de interação visual dos personagens com o protagonista. Eles estão sempre olhando na sua direção corretamente, e sua altura é ajustada perfeitamente.

Reforço de peso

Se você tem um PlayStation VR e estava reclamando da falta de títulos “de nome” para ele, eis um game para acalmar seus ânimos. Você pode até se decepcionar um pouco com o visual, se enrolar com a jogabilidade… Mas Skyrim VR é um lançamento “de peso”. Uma aposta bastante ousada, e, no fim das contas, bem feita da Bethesda.

Pegar um jogo consagrado e do tamanho de Skyrim e levá-lo para a realidade virtual foi uma manobra arriscada, e que a companhia não precisava fazer. Mas apostou as suas fichas e criou, novamente, um produto de qualidade. Tem suas falhas, como todos os jogos que utilizam esta tecnologia, mas entrega o que se espera.

Especialmente se você já jogou Skyrim na época em que ele foi lançado e estava esperando só uma boa razão para voltar a esse mundo tão cativante. Se você tem horas e horas de jogo, mas não via a hora de retornar, está aí a oportunidade. Para os que nunca jogaram, mas querem ter essa vivência de um enorme RPG de mundo aberto no VR, está recomendado.4

Mas, vale lembrar, que Skyrim VR só está disponível na PlayStation Store americana. Pelo menos, por enquanto. Afinal, o PlayStation VR ainda não está sendo comercializado oficialmente no Brasil; o que deve acontecer em algum momento do mês que vem. Se você tem uma conta na PSN-US e um PSVR, experimente.

Mesmo quem não é fã de role-playing games pode curtir Skyrim VR por tudo o que ele pode ser para a realidade virtual no console. Sem dúvidas, é o jogo com mais conteúdo para os óculos da Sony. Só cuidado para não exagerar nas horas seguidas de jogo, hein! Aproveite, mas seguindo todas as recomendações.

* A cópia do jogo foi enviado pela Bethesda.

Veredito

Skyrim VR
Skyrim VR

Sistema: PlayStation VR

Desenvolvedor: Bethesda Game Studios

Jogadores: 1

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80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Jogo com muita exploração
  • Imersão é excelente
Desvantagens
  • Movimentação falha
  • Gráficos datados
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.