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Death Stranding: o que já sabemos (ou pensamos que sabemos) até agora

Confira mais um capítulo do nosso especial sobre o jogo!

por Thiago Barros
Death Stranding: o que já sabemos (ou pensamos que sabemos) até agora

Todo mundo diz que não entendeu nada de Death Stranding – o que até é verdade na maior parte do tempo. Mas tem coisas que dá para considerar certas sobre o misterioso novo jogo de Hideo Kojima. Ou, pelo menos, a gente acha, né? Nesse novo capítulo de “O Que Esperar de Death Stranding”, vamos falar sobre esses detalhes.

O bebê, o fim do conceito de “game over”, a Timefall, as explosões, quiralidade e até algumas outras coisas que (ainda) estão no campo das teorias, mas que fazem total sentido. Como bem disse a querida Bruna Lanzillotta nesse baita artigo, podemos dizer que “nós já estamos jogando Death Stranding”. Vamos para a próxima fase?

Quiralidade

O conceito de quiralidade parece muito presente em Death Stranding. Isso já era muito presente em teorias nos fóruns online, e após o trailer da E3 2018 e os recentes tuítes sobre o assunto de Hideo Kojima, o assunto está praticamente confirmado no jogo. Se você ainda não leu sobre isso, é bem simples.

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Pense nas suas mãos e se você colocar a direita em cima da esquerda (ou vice-versa). Elas nunca ficarão certinhas, iguais, uma em cima da outra. Por isso, mãos são objetos quirais. E as mãos aparecem bastante nos trailers de Death Stranding, indicando toda a movimentação dos seres desconhecidos que “caçam” Sam e os humanos.

A ideia principal por trás disso é de que existem dois mundos que são imagens um do outro, que se sobrepõem, mas de forma semelhante às mãos. As cordas (strands) que vemos seriam formas de ligá-los, e aquelas áreas com “terra” e líquidos pretos seriam onde esses seres esquisitos poderiam migrar entre os mundos.

O que levou a isso, provavelmente, foi o quarto Bang, citado no trailer do TGA 2017, “a explosão que seria a nossa última”. O que aconteceu, claro, ainda ninguém sabe, nem muito menos como. Há teorias, mas não entraremos nisso ainda. O que parece certo é mesmo essa ideia dos mundos interligados.

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Especialmente pelas frases que vimos no trailer da E3 2018: Me dê sua mão em vida / Me dê sua mão em morte. Me dê sua mão em carne / Me dê sua mão em espírito. São, basicamente, coisas que se assemelham à quiralidade. Vida e morte. Carne e espírito. Sem falar que a personagem de Léa Seydoux fala que Sam tem “Alergia Quiral”.

Ou seja, confirmado, né?

O bebê

O próprio Hideo Kojima já afirmou que todos os bebês que aparecem nos trailers são o mesmo bebê na verdade. Ainda não sabemos quem é ele, de onde ele saiu, e porque diabos Sam fica carregando ele – e vale lembrar que não foi sempre assim, afinal, ele não está com Sam em alguns momentos de alguns trailers.

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Mas já dá para identificar uma coisa bem interessante: o bebê parece ser o que “liga” aquele “sensor” das “entidades” e faz com que Sam possa “vê-las”. Isso fica bastante claro na hora em que ele sai do prédio no trailer da E3 2018 e tenta passar por elas – sem sucesso, infelizmente.

A descrição do jogo no canal oficial da Sony no YouTube parece indicar algo bastante importante sobre o pequenino. Ela diz que Sam “carrega o futuro em suas mãos”. Um pouco misterioso ainda, e nem temos certeza de que se trata especificamente sobre o bebê, já que Sam é um “entregador”, mas tem toda a cara de que sim.

Timefall

A Timefall é outro ponto já confirmado por Kojima. A chuva que cai em muitos trailers e “acelera” o tempo quando toca nas coisas vivas. Ela também é algo que muitas teorias traziam, e que agora está confirmada. Ainda não sabemos o que gerou essa chuva e o efeito exato dela em cada coisa.

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No entanto, o próprio Hideo já explicou que Sam tem uma reação “única” a ela. O que vimos no vídeo da E3 2018 foi que ele chegou a ter a pele um pouco “danificada” pela chuva quando ela tocou na sua mão, além de uma certa “alergia” com a presença dos seres misteriosos, sobre os quais falaremos em breve.

Cronologia

Os trailers de Death Stranding, de fato, são meio loucos. E não saber qual é a ordem dos acontecimentos também atrapalha um pouco na hora de tentar decifrar um pouco daquilo que está acontecendo. Hideo Kojima deu apenas uma pista sobre isso – antes da E3 2018.

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Logo após o Game Awards de 2017, ele disse que aquele trailer era o primeiro – se nós fossemos levar em consideração uma ordem cronológica em relação aos outros vídeos. Ele é justamente o vídeo que fala das explosões e mostra Sam e seus colegas em uma situação bem difícil, sendo atacados pelas criaturas misteriosas.

Há vários detalhes bacanas nesse trailer: Sam ainda não está com o bebê (um de seus colegas o joga para ele antes de se matar, após ser pego por uma criatura), as coisas flutuam, a Timefall envelhece demais um outro colega de Sam, um monstro gigantesco aparece do nada…

E, após ser atacado, Sam cai em um mar, que segundo várias teorias, é um purgatório – algo que Kojima praticamente confirmou também, dizendo que seria como uma “tela de continue”. Sem contar o momento em que o bebê aparece, parecendo estar “dentro” de Sam, e o fim, com as “entidades” vindo do céu.

Game Over

Algo que o criador do jogo também já confirmou é que o jogador não “morre”, mas sim vai para uma espécie de purgatório – como as telas de “continue” dos games antigos – só que o jogo não volta para onde você estava antes de perder uma batalha. Ao invés disso, você continua exatamente de onde parou. Não tem “Game Over”.

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“A morte nunca irá tirar você do jogo. Você vê no trailer. Tem uma cratera ali. E quando você voltar, ela estará ali. A maioria dos jogos iria te levar para antes de ela estar ali, e em Death Stranding é diferente”, explicou Kojima, após a divulgação do trailer do Game Awards de 2017.

Já há alguns games que têm mecânicas semelhantes, mas Kojima promete que Death Stranding será um jogo com um gênero novo. Não simplesmente ação ou RPG, apesar de ter elementos de ambos. Ele garante que será possível terminar o game sem ter que enfrentar um inimigo sequer – apesar de você poder fazê-lo se quiser.

Notamos, também no trailer da E3, que Death Stranding possui um elemento grande de sobrevivência. Sam bebe água, escala, nada e tem até uma arma. Ou seja, isso deverá ser uma grande parte do jogo. Muita gente acredita que haverá bastante customização, com elementos de RPG, e itens coletáveis.

Entidades

E aqueles bichos sinistros invisíveis? E os que vêm do céu? Pois bem, aqui fica ainda um grande mistério, mas tudo se encaixa bem com a questão da quiralidade. Se existe mesmo um outro mundo e uma interseção com “o nosso”, esses seres estão tentando invadir o nosso planeta? Ao que tudo indica, sim.

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Há alguns detalhes interessantes, como as lágrimas dos humanos quando aparecem essas criaturas, a roupa da personagem de Léa Seydoux “ativando” espinhos quando eles estão por perto, as mãos deles movendo-se pelas áreas pretas, e claro, aqueles que “descem dos céus”, quase como entidades religiosas.

Teorias, lá de 2016, dizem que são Ludens. Algo como homens que eram muito acima dos outros e se tornaram quase deuses. Sam seria um deles, por isso seria tão único, mas não saberia disso. Mas isso está longe de ser confirmado – apesar de essa ideia ter vindo de um vazamento que acertou algumas coisas.

De qualquer forma, no trailer da E3, entendemos que Sam pode “sentir” as entidades. Depois, notamos que o bebê faz com que ele possa “vê-las”. Saber exatamente onde elas estão. Vemos também que elas pegam ele em um momento, além de um de seus colegas em um outro trailer. Ou seja, fica claro que são “vilões” de alguma forma.

Impacto Ambiental

Algo que é bem claro em tudo é a importância do ambiente e o impacto ambiental que há no nosso mundo. Além da Timefall, vemos as baleias mortas no mar, as crateras – que, teoricamente, se abrem sempre que Sam morre – e a variação de paisagens que parece ser bem grande.

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Um detalhe bem interessante também é o animal que a personagem de Lea Seydoux come no fim do trailer exibido na E3 2018 – e diz que ajuda a manter a Timefall longe. Sam já havia cuspido alguns deles em um trailer anterior. Ou seja, muito do jogo terá, sim, relação com o ambiente.

Outro ponto que confirma isso é o poema de William Blake no primeiro trailer – que já explicamos no primeiro artigo desse especial como deve ser importante para dar uma visão geral da história por trás de Death Stranding. “Auguries of Innocence” fala muito sobre natureza, misticismo e o papel do homem nisso tudo.

A Corda

Desde o começo das revelações de Death Stranding, Kojima fala sobre “o bastão e a corda”, inspirado por uma história de Kobo Abe. Segundo ele, a maioria dos jogos só usa os bastões – armas para manter os inimigos distantes. Mas seu novo projeto será mais focado na corda, para conectar pessoas e manter aliados unidos.

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O próprio Norman Reedus, protagonista do game, já confirmou que o jogo terá aquela “pegada social”. Já sabemos também que Death Stranding será essencialmente uma experiência multiplayer. Não necessariamente no sentido tradicional da coisa, mas no fato de as pessoas terem que se conectar de alguma forma para avançar.

Pense em como foi a solução dos enigmas de P.T., aquela demo jogável do “falecido” Silent Hills, projeto cancelado de Kojima com Norman na época da Konami. Houve um furor na Internet e uma grande colaboração online até as pessoas descobrirem tudo o que era necessário fazer para desbloquear o trailer de anúncio do jogo no fim.

Em Death Stranding, a ideia é de criar experiências semelhantes. Segundo Kojima, só será possível controlar Sam, mas o objetivo é fazer com que o jogador tenha um novo estilo de jogabilidade, bem diferente do que ele já está acostumado. Por isso, todos já esperam algo bem inovador.

Passado Misterioso

“A Timefall avança tudo o que ela toca, mas não pode simplesmente ‘apagar’ as coisas. Você não vai esquecer o passado”. Essa frase, da personagem de Lea, no trailer da E3 2018, e os versos de canções usadas em diversos trailers, falando de “saídas fáceis” e “erros do passado” não deixam dúvidas: alguém fez alguma grande besteira.

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Ao que tudo indica, foi Sam. E, muito provavelmente, tem algo a ver com a foto borrada que ele pega no mesmo trailer da E3 e com a personagem de Lindsay Wagner, que foi apresentada no finalzinho desse vídeo. E, aparentemente, é a mesma que aparece, só que bem mais velha, na tal fotografia misteriosa.

Há uma teoria muito louca sobre isso, mas vamos falar sobre ela só no próximo artigo (spoiler alert: envolve P.T. e Silent Hills). Só que o grande ponto é: existe algo bastante grave que aconteceu no passado para as coisas chegarem aonde chegamos. Talvez, novamente voltando a uma coisa que já foi citada, tenha causado a tal explosão.

O que dá para ver pelo trailer é que Sam é um cara muito solitário e que sofre demais. Além de já termos percebido que ele não morre quando as criaturas esquisitas pegam ele e que sua reação a elas e à Timefall é bem diferente do resto. Por que? Ainda não sabemos, e provavelmente só saberemos quando Death Stranding for lançado.

Horizon Zero Dawn

A Kojima Productions está usando a mesma engine que a Guerrilla Games fez para um dos melhores jogos dos últimos anos, Horizon Zero Dawn. Isso não é nenhuma grande novidade, mas pode ter gente que ainda não sabia, então resolvemos colocar por aqui mesmo assim.

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Até porque tem uma curiosidade que algumas pessoas não sabem. No próprio Horizon já tem algumas referências de Death Stranding. É possível achar easter eggs do jogo – como um bebê de plástico igual ao do trailer de Guillermo del Toro e Mads Mikkelsen. E ao juntar os três itens, você pode trocá-los por um par de meias (?).

Kojima já contou a história algumas vezes, mas é bem legal saber que ele estava louco atrás de uma empresa que lhe fornecesse uma engine, e a Guerrila foi super solícita, e fez isso de graça, não só oferecendo a tecnologia, como aceitando trabalhar junto com os japoneses para fazer adaptações nele para o jogo.

Elenco Fabuloso

Outro ponto interessante de Death Stranding é seu elenco. Hideo Kojima conseguiu um sonho de infância: trabalhar com grandes artistas. Mesmo que ele tenha demorado bem para conseguir convencê-los e explicar sobre a temática do jogo para eles – conforme a própria galera relatou em diversas entrevistas.

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O protagonista é Norman Reedus, que já iria trabalhar com ele em Silent Hills, mas tem ainda Mads Mikkelsen, Guillermo del Toro, Léa Seydoux e Lindsay Wagner. Um elenco de muito respeito. Que poderia estar em qualquer blockbuster de Hollywood. Não deve ser fácil trabalhar com tantas estrelas assim.

E isso, de certa forma, dá ainda mais credibilidade ao jogo. O fato de ele ser feito por um dos maiores nomes da indústria dos games é ótimo. O apoio da Sony, que é uma empresa gigantesca e líder do mercado, idem. Mas ter ainda atores e atrizes de peso no casting? Perfeito.

“Antes da Olimpíada”

A data de lançamento de Death Stranding ainda não foi anunciada, mas um tuíte muito bem humorado da Kojima Productions, lá em 2016, pode dar uma pista. É claro que as coisas podem ter mudado desde então, mas a empresa, à época, afirmou que o game deveria ser lançado “antes da Olimpíada de Tóquio”.

Tendo em vista que os Jogos Olímpicos estão “programados” para 24 de julho de 2020, podemos esperar que o game saia antes disso. Mas como vimos muito pouco de Death Stranding até agora, não deve ser tão antes assim. Portanto, é muito provável que seja no primeiro semestre de 2020.

E você? Está ansioso para Death Stranding? No próximo capítulo do especial, vamos falar um pouquinho de uma teoria que está ganhando muita força na comunidade que está acompanhando mais de perto o jogo. Será que Death Stranding tem muita coisa do que estaria em Silent Hills, e havia referências a ele em P.T.?

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